Há historicamente considerável resistência de setores da cúpula militar
das Forças Armadas e dos comandos policiais em reconhecer a legitimidade
das associações policiais enquanto atores políticos, bem como suas
manifestações democráticas, comumente adjetivando paralisações,
movimentos e ou greves como Motim. Curiosamente, há igualmente nessa
linha, muita resistência entre setores civis de esquerda em reconhecer
que os militares fazem parte do atual processo político. Os exemplos são
muitos nessa sociedade que se propõe democrática, mas o equívoco dessa
interpretação, ao quer parece, continua, haja visto os muitos
posicionamentos contrários às entidades policiais que desencadearem
movimentos de paralisação e greves pelo país nos últimos tempos,
confirmando através dessas ações, a firme intenção delas em democratizar
o meio militar, além de incluir na agenda questões corporativas, soldo,
relações de trabalho, e mesmo condições adequadas para o efetivo
exercício de suas atividades.
27 agosto 2012
A legitimidade das Associações Policiais em um Estado de Direito
Na verdade, esse debate é tardio no Brasil, mas inevitável, já que
reflete uma tendência histórica já aceita em outros países. Para
fundamentar essa tese, vale recorrer a dados recentes. Não foram poucas
as paralisações nos últimos anos entre as PMs, e segundo pesquisa do
Sociólogo José Vicente Tavares dos Santos , completaram-se 15 anos de
greves policiais que ocorreram em todos os estados em 2012. Entre as
corporações que enfrentaram a questão da legalidade do movimento, há o
registro de 150 greves organizadas pela Polícia Civil, 34 por Policiais
Militares, inclusos os Bombeiros nessa categoria; 18 por Policiais
Federais, 22 por Guardas Civis e 60 por Agentes Penitenciários. Em sua
maioria, foram reprimidas com rigor, resultando em prisões, expulsões; e
em alguns casos, houve uma situação de acomodação, em que pese por
pouco tempo.
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