Um grupo de policiais militares em cadeiras de rodas participou ontem da
audiência pública do Ministério Público Federal para defender a
corporação --na audiência, o procurador Matheus Baraldi anunciou que
fará um pedido para que o comando da Polícia Militar paulista seja
trocado.
Antes do início do evento, os cadeirantes ficaram na entrada do prédio,
perfilados. Na audiência, ocuparam o espaço atrás da mesa. A mensagem
levada pelo grupo é que os PMs sacrificam a própria vida para defender a
sociedade.
"Perdemos nossa integridade defendendo esse povo que hoje está nos
vaiando. Palhaçada. Direitos Humanos? Que direitos humanos? Eles nunca
foram nos visitar em casa", disse o sargento Elcio Inocente, presidente
da Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência.
"Não viemos aqui para ser execrados, não. Nós temos que defender nossa
dignidade. Não é só essa ralé vir aqui e ficar vaiando policial militar.
Chega disso. Nós somos bons. Não somos idiotas", disse.
Irritado, ele deixou o auditório porque o público vaiava os representantes de policiais que discursavam em defesa da classe.
"O policial que for assassino, que seja preso. Por isso temos nosso presídio lotado de policiais."
Gabo Morales/Folhapress | ||
Presidente da Associacao de PMs Portadores de Deficiência durante audiência pública sobre violência em SP |
TROCA
"Hoje, os oficiais perderam o controle dos praças. A tropa não está mais sob controle", disse o procurador Matheus Baraldi durante a audiência pública sobre violência policial realizada no auditório do MPF (Ministério Público Federal).
O procurador afirmou que vai esperar por três dias um posicionamento do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Caso o governo não troque o comando da PM, o procurador diz que entrará com uma ação civil pública na Justiça Federal, pedindo que ela determine a substituição.
Ontem, o governador criticou o pedido do Ministério Público Federal e a ameaça de ir à Justiça.
"É uma medida totalmente descabida. Acho que o Ministério Público Federal deveria investigar, primeiro, o tráfico de drogas. Produzimos laranja, cana, café, soja, milho. Não produzimos cocaína", disse.
Por: Folha de S. Paulo
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