29 outubro 2009

No Rio, Lula diz que violência não acaba em um minuto

RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que não é fácil acabar com a criminalidade ao comentar, nesta quarta-feira no Rio, os episódios de violência que aconteceram nas últimas semanas na cidade. No dia 17, um helicóptero da PM foi derrubado por traficantes e, desde então, mais de 40 pessoas foram mortas. O presidente foi à Mangueira inaugurar uma quadra esportiva.

- Se fosse fácil essa violência acabaria em um minuto. Acabou-se o tempo em que favela era apenas poesia. Se é narcotráfico, temos que prender, pois 99,9% dos moradores dessas comunidades querem trabalhar honestamente - disse Lula.

Lula acrescentou, porém, que o problema será resolvido com mais facilidade se os esforços forem somados, em vez de se discutir "merreca" de dinheiro.

- O que é importante é saber que o governador tem vontade, o presidente tem vontade, o ministro da Justiça tem interesse, o secretário de Segurança Pública tem interesse, e se a gente somar os esforços e não ficar discutindo merreca de dinheiro, a gente pode resolver esse problema com mais facilidade.

Mais cedo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que há possibilidade de serem construídos novos presídios no Estado do Rio de Janeiro, especialmente os de segurança média, que abrigariam os chamados "apenados de primeiro momento", ou seja, que tenham cometido o primeiro delito.
(Regime aberto para presos se tornou ficção, diz Gilmar Mendes)

Na Mangueira, o presidente ressaltou ainda que, assim como o Rio, outros estados, como São Paulo e Pernambuco, enfrentam problemas com a violência. Mas há maior repercussão no Rio porque a cidade é sede cultural do país.

- Temos que evitar o que aconteceu nos últimos dias no Rio de Janeiro. O que eu acho é que é quadrilha brigando com quadrilha. Mas tem pessoas que acham que o governador poderia acabar com a quadrilha em um minuto. Se fosse fácil, a violência não perduraria 30, 40 anos - disse Lula.

- O narcotráfico é uma realidade. Não tem poema. É preciso prender aqueles que tiram a liberdade de quem quer trabalhar honestamente. Quando acontece uma violência daquela (da semana passada) passa a ideia que o Rio é assim... Violência tem no Rio, em São Paulo, na Bahia, no Paraná, mas o Rio é uma caixa de repercussão maior do que outra cidade - acrescentou.

Na cerimônia de inauguração da quadra esportiva, Lula disse que prefeitos e governadores deveriam se reunir em 2011 com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para apresentar projetos para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Fonte:http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/10/28/no-rio-lula-diz-que-violencia-nao-acaba-em-um-minuto-914400736.asp

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