07 outubro 2009

Ameaçados por bandidos, juíza e promotor trabalham com colete à prova de balas no Paraná

CURITIBA e SÃO PAULO - A juíza e o promotor de Justiça de Marilândia do Sul, a 95 km de Maringá, no Paraná, estão trabalhando com escolta policial e coletes à prova de balas emprestados da Polícia Militar. Eles temem sofrer represálias de bandidos. Uma investigação feita pelas autoridades locais mostra que ambos sofrem riscos depois que trabalharam na prisão de uma quadrilha de traficantes da região, que estaria planejando atacá-los.

O promotor Luís Fernando Feitosa, de Marilândia do Sul, confirmou as ameaças. Segundo o Ministério Público do Paraná, a juíza Luciana Paula Kulezicv, teria recebido as ameaças primeiro por conta de um processo que corre na cidade. A escolta e os coletes dados a ela também foram estendidos ao promotor. O Ministério Público não deu detalhes das ameaças sofridas pela juíza.

Diante disso, três dos seis policiais da cidade trabalham exclusivamente na segurança dos membros do Judiciário. Os outros três se dedicam ao patrulhamento da cidade, o que resulta em um efetivo insuficiente para o policiamento da cidade, segundo comerciantes e moradores da região. Marilândia do Sul tem menos de 10 mil habitantes, mas a população está assustada com a violência na cidade. Em setembro houve um protesto em razão de uma série de assaltos ocorridos tanto na zona rural quanto na urbana.

O presidente da Associação Comercial de Marilândia do Sul João Antonio Desidera reclama da falta de policiamento ostensivo nas ruas e dos constantes assaltos a comércios e propriedades rurais no município.

- São só seis policiais, três deles apenas para a escolta da juíza. A insegurança é total e, no mês passado, a Associação Comercial apoiou a população numa passeata por mais segurança. Está todo mundo reclamando - desabafa Desidera.

Segundo o presidente da Associação Comercial, com a insegurança, um militar de Apucarana, dono de uma empresa de segurança, aproveitou para oferecer seus serviços aos comerciantes locais.

Desidera reclama da situação e diz que espera uma ação do Estado, já que paga impostos e não considera correto ter de contratar seguranças particulares.

Nesta terça-feira, segundo Desidera, a Associação Comercial foi procurada pelo Comando da Polícia Militar na cidade. A PM informou que um dos policiais que escoltam a juíza e o promotor passará a realizar policiamento ostensivo.

A secretaria estadual de Segurança Pública do Paraná informou que não costuma retirar policiais do trabalho de ruas para fazer escoltas. A secretaria, entretanto, não confirmou quantos policiais trabalham na rua em Marilândia do Sul e nem se há escola para o promotor e a juíza.

Fonte:http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2009/10/06/ameacados-por-bandidos-juiza-promotor-trabalham-com-colete-prova-de-balas-no-parana-767936605.asp

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