15 abril 2009

VIOLÊNCIA - Assaltantes em fuga roubam carros, fazem reféns e enfrentam a PM a tiros

Uma perseguição policial cinematográfica assustou moradores do bairro das Rocas na tarde de ontem. Três bandidos assaltaram uma renovadora de cartuchos para impressora, roubaram dois carros fazendo os respectivos donos como reféns, trocaram tiros com a polícia e acabaram batendo um terceiro veículo, continuando a fuga a pé. Um dos bandidos acabou baleado e preso.

Tudo isso aconteceu por volta das 16h, começando com o assalto à renovadora de cartuchos, na avenida Deodoro da Fonseca, próximo ao viaduto do Baldo, no bairro de Cidade Alta. Dois dos homens invadiram a loja a pé, enquanto um terceiro ficou em um Chevette branco, de placas MXT-4678. Depois de roubar o dinheiro do caixa e um notebook, os dois homens saíram do local no Uno do proprietário, levando ele como refém.

“Foi o pior momento da minha vida. Eu pensei que fosse morrer”, disse o empresário, que pediu para não ter o nome revelado. O dono da loja desceu a avenida Rio Branco levando os bandidos em direção ao bairro das Rocas. Mas alguém avisou à polícia e a partir daí começou a perseguição. Policiais militares e um civil encontraram a quadrilha na Ribeira, e os bandidos revidaram a tiros.

“Os bandidos mandaram eu correr depois que eu parei o carro. Nessa hora pensei que eles fossem atirar”, disse o refém. O criminoso que estava no Chevette já esperava os comparsas na entrada da rua Teotônio Freire, e os dois que estavam no Uno entraram neste segundo carro. Os três bandidos ainda eram seguidos por essa rua, e o tiroteio recomeçou. “Eles atiraram e nós revidamos. Foi tiro demais”, relatou um PM.

O criminoso que dirigia o Chevette perdeu o controle do veículo e bateu em dois outros carros que estavam estacionados. O carro da quadrilha ficou atravessado na pista, bastante avariado. E os bandidos fugiram a pé. No interior do veículo ficaram o dinheiro e o notebook roubados da renovadora de cartuchos. Uma viatura do Bope (Batalhão de Operações Especiais) auxiliou na busca dos assaltantes, que fugiram em direção às Rocas.

A população, que assistiu tudo ficou assustada com a quantidade de tiros e muitos moradores saíram à rua, impressionados.

Uma das perseguições foi na Café Filho
O terceiro episódio da perseguição começou na avenida Café Filho. O funcionário público municipal Cleumo de Araújo, de 39 anos, estava no veículo, um Gol preto, conversando com um amigo, quando um dos assaltantes veio correndo na direção dele. Depois da batida do Chevette, os assaltantes seguiram a pé e se separaram. Um deles, identificado somente como “Janeilson” abordou o funcionário público, com uma pistola na mão.

Primeiro o criminoso tentou entrar em um táxi, mas o taxista conseguiu fugir em disparada. O assaltante entrou pela porta do passageiro e mandou que o funcionário público o levasse até Mãe Luiza. Mas assim que entrou na rua Soldado Luiz Gonzaga, o Gol onde estava o bandido e refém foi interceptado por policiais militares da Rádio Patrulha. E o bandido acabou baleado.

Bate-papo
Cleumo Araújo » funcionário público, pego como refém
Onde o bandido abordou você?
Eu estava na avenida Café Filho, conversando com um amigo. Eu estava no carro e meu amigo do lado de fora, quando vi o bandido vindo na minha direção.
Como ele estava?
Descia desesperado, sem camisa e com a pistola na mão. Primeiro ele tentou abordar o taxista, mas o rapaz conseguiu sair com o carro. Aí pedi para meu amigo se afastar porque alguma coisa de ruim ia acontecer.
E como o criminoso se aproximou?
Ele entrou pela porta do passageiro e pediu que eu tirasse ele dali, rápido. Mandou que eu o levasse na rua 2 de Novembro (Mãe Luiza). Eu saí devagar e ele mandou que eu corresse senão ia me meter bala e em todo mundo que aparecesse. Aí eu acelerei.
E como foi a chegada da polícia?
Foi logo depois. Eu rodei uns trezentos metros. Quando eu entrei na rua Soldado Luiz Gonzaga, a polícia já vinha de frente. Daí eu joguei o carro para o meio-fio e desliguei. Depois eu botei logo as mãos para fora do carro.
E como foi o momento dos tiros?
Depois que eu levantei as mãos, o assaltante levantou a pistola. Aí os policiais atiraram. Eu me virei, só ouvi uns cinco tiros e senti o sangue dele respingando nas minhas costas. Depois disso eu saí do carro, correndo, com as mãos para cima.
Você acabou sendo abordado também?
O policial me algemou, disse que era por segurança, até porque ele não sabia que eu era a vítima. Mas veio outro policial que me conhecia e disse que eu tinha sido assaltado. Os policiais trabalharam direito, chegaram logo cinco viaturas.
E qual a sensação de passar por um susto deste?
Rapaz, horrível. Nasci de novo. Nunca passei por uma coisa parecida na minha vida.

Fonte:http://tribunadonorte.com.br/noticias/106515.html

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