25 março 2009

Nomeação do coronel Mascarenhas da Bahia gera insatisfação


Marcos Prisco, da Anaspra, diz que novo comandante da PM é ‘autoritário e carrasco’


Nomeação do coronel Mascarenhas gera insatisfação entre policiais

Marcos Prisco, da Anaspra, diz que novo comandante da PM é ‘autoritário e carrasco’


Desde que começou a ser ventilada a notícia que o coronel Nilton Régis Mascarenhas, 57 anos, assumiria o cargo de comandante geral da Polícia Militar na Bahia, na tarde de sexta-feira, as ligações de policiais militares da capital e do interior contra a decisão do governador Jaques Wagner congestionaram as linhas telefônicas da Associação Nacional dos Praças (Anaspra), segundo o diretor da instituição, o soldado Marcos Prisco. Policiais do baixo escalão estariam insatisfeitos com o novo comandante por considerá-lo “autoritário e carrasco”.


Prisco afirma que o coronel Nilton Mascarenhas, que substitui o também coronel Antônio Jorge Ribeiro Santana, é campeão de reclamações na Anaspra. “As queixas são muitas e a classe está insatisfeita com a nomeação. Queremos alguém de diálogo e não um ditador”, protestou. De acordo com Prisco, os policiais temem a nova gestão devido às práticas habituais de assédio moral por parte de Mascarenhas. “As reclamações são as mais diversas, entre elas a de opressão”. O diretor da Anaspra teme que a relação entre policiais e o comando fique ainda mais difícil. “Com o coronel Santana a gente tinha um diálogo difícil, mas tinha. Agora, com essa nova gestão, a tendência é piorar”, declarou.


Um soldado que por três anos teve Mascarenhas como superior imediato no Batalhão de Choque, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, disse que a tropa viveu um período difícil entre 1999 e 2001. Com a condição em não ter o nome revelado, ele contou que o comportamento do novo comandante da PM já prejudicou diretamente a população. “Quando os colegas tinham seus direitos ceifados sem um motivo justo aparente, tais como férias ou folgas, a tropa descontava sua ira na população, promovendo pancadarias no Carnaval ou em outras festas populares”, relatou.

O soldado contou também que era de praxe o coronel não ouvir a versão de policiais acusados de algum delito. “Sem ao menos deixar que o colega se explicasse, ele o punia com detenção de 72 horas ou advertência. Antes mesmo de se instaurar o PAD (Processo Administrativo Disciplinar) ou um sindicância, o coronel agia como um carrasco julgando o policial”, dispara.


Este prejulgamento, segundo o soldado, seria uma prática comum na esfera do comando da PM. Policiais ainda em fase de investigação têm como punição a perda de gratificações somadas ao salário, como auxílio-alimentação e gratificação por atividade policial (GAP). “Sem as gratificações, um soldado que recebe R$1.470 passa a ganhar R$415. Como ele vai pagar um advogado e sustentar a família?”, questiona. Como exemplo, o PM citou o caso de três soldados indiciados por envolvimento em um grupo de extermínio do bairro do Uruguai. “Já foi comprovado no processo e no PAD que não há envolvimento deles no crime e, mesmo assim, continuam presos no Batalhão de Choque”.


Posse - O novo comandante geral da Polícia Militar na Bahia, coronel Nilton Mascarenhas, tomará posse nesta quarta-feira, às 9h30, na Vila Militar do Bonfim, em Dendezeiros. Através de comunicado, a Assessoria Geral de Comunicação Social do governo do estado informou que o governador Jaques Wagner aceitou o pedido de exoneração de ex-titular da pasta coronel Antônio Jorge Ribeiro Santana, que teria alegado “razões pessoais” para deixar o posto. Logo em seguida, informou que a troca faz parte de um sistema de rodízio no comando da corporação, que deve ocorrer de dois em dois anos. Entretanto, em entrevista ao Correio da Bahia na tarde de sexta-feira, o coronel Jorge Santana negou ter pedido para deixar o cargo, afirmando que foi comunicado da sua exoneração, publicada ontem no Diário Oficial do Estado, por um representante do alto escalão do governo. Ele admite que o aumento do número de homicídios no estado deve ter levado Wagner a tomar a decisão.


1 comentários:

Meu nome é Creusa de Marta Zampiere, meu e-mail é nhervo@ig.com.br. Trabalho numa Organização em defesa dos direitos humanos dos policiais civis e militares aqui em São Paulo.
Gostaria de entrar em contato com vocês policiais da Bahia. Alguem poderia entrar em contato comigo ou via e-mail ou via fone? Meu fone é (011) xx 26212267.
Tenho certeza que fixaremos um bom relacionamento muito produtivo para as categorias.
grata!

Creusa de Marta Zampiere

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