Os coronéis Santana e Jorge Ramos verificam viaturas no pátio da PM
Prisão
A notícia das prisões se espalhou e logo tornou grande a movimentação de representantes da Associação dos Policiais Militares, da Procuradoria do Estado, promotores públicos, advogados dos acusados e jornalistas na Secretaria de Segurança Pública, no CAB, onde os acusados prestavam depoimento.
Logo depois, os militares foram encaminhados ao Comando Geral da PM, onde permanecem detidos. Os demais envolvidos estão sob custódia da Polícia Civil. Eles responderão por corrupção e formação de quadrilha.
Envolvidos
- Coronel Jorge Santana: Ex-comandante da PM
- Coronel Sérgio Alberto Barbosa: Ex-comandante do Corpo de Bombeiros
- Coronel Jorge Silva Ramos: Diretor de Apoio Logístico da PM
- Tenente Antônio Durval Senna Junior
- André Thadeu Franco Bahia: Procurador
- Gracílio Junqueira Santos: Lobista
- William Laviola e Jaime Palaia Sica: Grupo Júlio Simões
- Aidano da Silva Portugal, Aline Cerqueira de Castro, Jocélia Fernandes Oliveira e Sidnei Couto de Jesus
Comandante em dois governos
O coronel da Polícia Militar Antônio Jorge Ribeiro de Santana, 56 anos, nasceu em São Sebastião do Passé, região metropolitana de Salvador. Entrou na Academia de Polícia em 1973. De lá para cá, recebeu 17 medalhas de honra ao mérito por diversos estados brasileiros; dois títulos de cidadão - um de Candeias e outro de Ilhéus; uma comenda, a Maria Quitéria, outorgada pela Cãmara de Vereadores de Feira de Santana. Em janeiro de 2003, assume o comando da PM no então governo de Paulo Souto (DEM), permanecendo no cargo até agosto do ano passado.
Contrato envolve 191 viaturas da Polícia Militar
Em entrevista coletiva, na tarde desta quinta, na Secretaria de Segurança Pública (CAB), o secretário César Nunes, ao lado do coronel Nilton Mascarenhas, comandante da PM, disse que as investigações foram iniciadas há cinco meses, após denúncia ao governador Jaques Wagner de que havia fraude no processo licitatório para aquisição de 191 viaturas, usadas pelas Rondas Especiais (Rondesp) e também companhias de bairro com a adesivagem azul.
O contrato inicial de R$25.819.977 - já superfaturado - foi aditivado em R$6.454.994,25, perfazendo o total de R$32.274.971,25.“Para se ter uma ideia, a Polícia Civil vai adquirir 190 viaturas por R$15 milhões, enquanto as 191 viaturas da PM custaram aos cofres públicos R$32 milhões”, comparou Nunes.
Viaturas
Segundo ele, as 191 viaturas estão circulando no estado por uma autorização judicial. “Não temos condições de substituí- las da noite para o dia”, justificou. Ele disse que as escutas revelaram outros esquemas fraudulentos na compra de fardamento para a corporação e que há indícios de que a corrupção na PM vinha sendo realizada há pelo menos dez anos. “Temos informações de que Gracílio (lobista) tinha acesso constante à corporação”, contou o secretário.
Compra ilegal de viaturas foi realizada
Nunes disse que os depoimentos dos acusados serão confrontados com as provas colhidas durante as investigações, realizadas pela Superitendência de Inteligência da Polícia Civil. As provas foram baseadas em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.
Entenda o processo de fraude
Provas do crime foram apresentadas
Logo depois de vencer a licitação, a empresa acresceu o valor em 25%, e ainda assim foi acatado pelo comando da PM da época, mas o valor estratosférico chamou a atenção da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que emitiu parecer contrário. Para burlar a fiscalização da PGE, pessoas ligadas à Júlio Simões adulteraram o parecer, que acabou por ser favorável à empresa.
Coronel Santana foi afastado em agosto
O secretário de Segurança Pública, César Nunes, disse que não. Mas há informações de que o governador Jaques Wagner teria exonerado o coronel Jorge Santana em agosto do ano passado após ter sido informado das suspeitas de que ele estava envolvido em um esquema de corrupção.
Empresa tem sede em SãoPaulo
FONTE:http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=20495&mdl=50
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