07 março 2009

Mulheres da Deam: exemplo de força e profissionalismo na segurança pública

Desempenhar uma profissão de força, com a missão de fazer valer o cumprimento da lei e assegurar que a população tenha segurança pública de qualidade. Este é o papel de mulheres que escolheram trabalhar em prol do bem estar da comunidade e atuam na carreira policial. Mais do que isso, tem prazer ao realizar o trabalho e utilizam a própria história de vida como exemplo de superação.
Há cerca de seis anos na Polícia Civil, a investigadora Viviane Madrid Rodrigues explica que logo que conheceu o trabalho desenvolvido pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pediu para ser transferida para lá. “Me identifiquei com o trabalho da delegacia, com o apoio oferecido para as mulheres. Como já passei por problemas de violência doméstica, sei como é difícil esta situação e assim posso contribuir na ajuda, já passei por isso e sei como elas se sentem quando chegam aqui”, conta a investigadora.
“As mulheres veem até a delegacia fragilizadas, com a autoestima baixa por causa da dependência que ainda tem dos homens. E o nosso trabalho é dar apoio para elas, conversar, dar acolhimento, ser compreensiva e ouvir o que elas tem para nos contar. Mas é um trabalho gratificante, é bom poder ajudar quem precisa da gente”, diz Viviane.
“Aqui na Delegacia da Mulher, a maioria delas chega chorando, querendo apoio, por isso é importante nosso trabalho de acolhimento. Se o policial tiver resistência perde a vítima, que vai embora, vai desistir de denunciar. Lidamos com emoções e ainda temos que separar os problemas que ouvimos aqui e os que temos em casa. Temos que desenvolver um suporte emocional para saber lidar com os nossos próprios problemas depois”, explica a delegada Lúcia Falcão, titular da Delegacia da Mulher.
Para a delegada, o papel desenvolvido pelas mulheres é importante na segurança pública, mas principalmente na Delegacia da Mulher é porque elas trabalham através de uma ótica diferenciada, entendem de sentimento e família. “A mulher entende de sentimento, da questão da maternidade, sabe a dinâmica certa para o atendimento realizado aqui na delegacia. Principalmente em casos de violência doméstica, quando a atuação deve ser bastante eficaz e severa. Porque este tipo de violência afeta toda a família, e isso não pode acontecer, porque é a base de tudo. A estrutura do ambiente familiar não pode estar abalada, emocionalmente deteriorada”, salienta.
“Tenho um filho de 11 anos e sempre o oriento sobre a violência contra a mulher, explico sobre caráter, sobre a lei Maria da Penha, para que um dia ele não pratique este tipo de crime”, conta a investigadora Viviane Rodrigues. Ela reforça dizendo que “Quando há violência doméstica, toda a família fica doente. Por isso o nosso trabalho não ajuda só a mulher, mas toda a família. Nosso trabalho vai além da polícia, é também um trabalho social”, afirma.



FONTE:http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=22249

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