Embora Renato Casagrande (PSB) e Luiz Paulo Vellozo (PSDB) se julguem adversários políticos, nas “críticas” à segurança pública – uma das áreas mais problemáticas do governo Paulo Hartung - ambos têm adotado um discurso brando, vazio e calculado para abordar o tema. De outro lado, para não desapontar os eleitores que estão inconformados com a ascensão da violência no Estado, os candidatos procuram dar sinais que estão “preocupadíssimos” e que o problema será prioridade nos seus governos, caso sejam eleitos.
Na prática, os dois candidatos disparam críticas genéricas ao aumento da violência e não apontam as gritantes falhas cometidas pelo governo Hartung na área. Casagrande, que é candidato de Hartung (PMDB), se sente desconfortável para criticar a gestão do seu padrinho político por razões óbvias; já Luiz Paulo está mais preocupado em reivindicar a coautoria tucana na gestão Hartung e só apontar o dedo para o governo em último caso – mesmo nas pastas que não foram administradas pelos quadros tucanos, como a saúde e a segurança –, mas sempre atento a manter o caráter diplomático das críticas.
O resultado dessa disputa, cujos dois principais (os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais) candidatos se revelam reféns do atual governo, enfraquece o debate democrático e diminui as chances de um novo governo – seja ele de Luiz Paulo ou Casagrande – de avançar numa das questões mais graves do Estado.
Nos quase oito anos da gestão Hartung, a segurança pública foi uma das áreas mais abandonadas por este governo. O ex-secretário da pasta Rodney Miranda – recentemente substituído por André Cunha – não desenvolveu um único projeto para a área, nem tampouco cumpriu a promessa (feita em 2003, início do primeiro mandato de Hartung) de reduzir os índices de homicídio no Estado.
A fragilidade e desorganização do Estado permitiram que o narcotráfico ocupasse os espaços abandonados pelo poder público. A ausência de políticas públicas nas áreas de prevenção e recuperação de dependentes químicos, combinada à falta de planos de inteligência e repreensão da polícia para investigar e desmobilizar as redes criminosas, fez explodir os crimes contra a vida e o patrimônio na Grande Vitória e no interior.
O trabalho da polícia, festejado pelo governo, acaba se restringindo a operações pontuais de apreensão de drogas ou a prisões de “aviões” – jovens encarregados de fazer a distribuição da droga. Essas ações paliativas da polícia servem apenas para garantir o impacto mediático e convencer a sociedade de que o Estado está agindo com rigor, quando na verdade a realidade mostra uma polícia despreparada e desestruturada que é derrotada todos os dias pela inteligência e logística do narcotráfico.
Enquanto os candidatos contemporizam as críticas à gestão da segurança no governo Hartung, o Estado ostenta a vergonhosa taxa de mais de 70 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Desde 2003, o Espírito Santo figura como um dos estados mais violentos da Federação. Hoje perdemos a liderança, por muito pouco, para o estado de Alagoas. Com mais de mil homicídios só no primeiro semestre deste ano, a tendência é que o Espírito Santo desbanque Alagoas, como já fez com Pernambuco e com o Rio de Janeiro, e assuma a liderança isolada ainda em 2010.
Na prática, os dois candidatos disparam críticas genéricas ao aumento da violência e não apontam as gritantes falhas cometidas pelo governo Hartung na área. Casagrande, que é candidato de Hartung (PMDB), se sente desconfortável para criticar a gestão do seu padrinho político por razões óbvias; já Luiz Paulo está mais preocupado em reivindicar a coautoria tucana na gestão Hartung e só apontar o dedo para o governo em último caso – mesmo nas pastas que não foram administradas pelos quadros tucanos, como a saúde e a segurança –, mas sempre atento a manter o caráter diplomático das críticas.
O resultado dessa disputa, cujos dois principais (os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais) candidatos se revelam reféns do atual governo, enfraquece o debate democrático e diminui as chances de um novo governo – seja ele de Luiz Paulo ou Casagrande – de avançar numa das questões mais graves do Estado.
Nos quase oito anos da gestão Hartung, a segurança pública foi uma das áreas mais abandonadas por este governo. O ex-secretário da pasta Rodney Miranda – recentemente substituído por André Cunha – não desenvolveu um único projeto para a área, nem tampouco cumpriu a promessa (feita em 2003, início do primeiro mandato de Hartung) de reduzir os índices de homicídio no Estado.
A fragilidade e desorganização do Estado permitiram que o narcotráfico ocupasse os espaços abandonados pelo poder público. A ausência de políticas públicas nas áreas de prevenção e recuperação de dependentes químicos, combinada à falta de planos de inteligência e repreensão da polícia para investigar e desmobilizar as redes criminosas, fez explodir os crimes contra a vida e o patrimônio na Grande Vitória e no interior.
O trabalho da polícia, festejado pelo governo, acaba se restringindo a operações pontuais de apreensão de drogas ou a prisões de “aviões” – jovens encarregados de fazer a distribuição da droga. Essas ações paliativas da polícia servem apenas para garantir o impacto mediático e convencer a sociedade de que o Estado está agindo com rigor, quando na verdade a realidade mostra uma polícia despreparada e desestruturada que é derrotada todos os dias pela inteligência e logística do narcotráfico.
Enquanto os candidatos contemporizam as críticas à gestão da segurança no governo Hartung, o Estado ostenta a vergonhosa taxa de mais de 70 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Desde 2003, o Espírito Santo figura como um dos estados mais violentos da Federação. Hoje perdemos a liderança, por muito pouco, para o estado de Alagoas. Com mais de mil homicídios só no primeiro semestre deste ano, a tendência é que o Espírito Santo desbanque Alagoas, como já fez com Pernambuco e com o Rio de Janeiro, e assuma a liderança isolada ainda em 2010.
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