Após uma abordagem constrangedora a supostos suspeitos de roubarem uma motocicleta, o soldado PM Givanildo França de Oliveira e Silva, 26 anos, foi preso no bairro de Cidade da Esperança, Zona Oeste de Natal, por volta das 21h da quarta-feira. Segundo o major PM Zacarias Mendonça, chefe de operações do comando de policiamento metropolitano, o policial, usando um revólver calibre 38 sem registro, supostamente forçou duas mulheres (uma de 21 e outra de 22 anos), um homem de 20 e um adolescente de 17 anos a tirarem a roupa e os fotografou. Ele foi preso e autuado em flagrante por porte ilegal de armas e corre o risco de ser expulso da corporação.
O major PM Lago Júnior, comandante do 5º batalhão PM, onde o soldado preso era lotado, explica que, segundo informações que recebeu, o policial tinha recebido um pedido de ajuda de um conhecido que tivera uma motoneta roubada. "Entre as pessoas que teriam participado desse suposto assalto, estaria uma mulher que tinha uma tatuagem próxima à região genital. Ele, então, teria partido à procura dos supeitos com as características que lhe foram passadas".
Zacarias Mendonça conta que a polícia recebeu uma chamada dando conta que alguém estava levando quatro pessoas para trás de umas barracas de feira, no cruzamento das ruas Sampaio Correia e Porto Alegre, em Cidade da Esperança. Ao chegarem ao local, os policiais se depararam com Givanildo França armado, tendo rendido os quatro jovens. Por estar com a calça de passeio da PM e uma camiseta da corporação, ele se identificou como soldado.
O fato foi registrado na Deleg. de Plantão da Zona Sul |
As vítimas reclamaram então que tinham sido forçadas a ficarem nuas e o policial as fotografou. "O fato foi comprovado por causa das imagens registradas na câmera fotográfica que estava com o soldado", afirma o major Mendonça. Todos foram então encaminhados para a Delegacia de Plantão da Zona Sul, onde Givanildo França foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma. "O revólver que ele estava não tinha registro". Depois da autuação, o soldado foi levado ao presídio da PM na Zona Norte da capital, onde permanece detido.
Para o major Lago, qualquer que tenha sido o motivo da abordagem, a atitude do soldado é injustificada. "Está totalmente fora dos padrões de conduta da polícia". Além de responder criminalmente pelo fato, um procedimento administrativo disciplinar foi aberto para avaliar o comportamento do soldado nesse fato. Ele trabalha no serviço de manutenção de veículos do 5º BPM e está na corporação há quatro anos e, segundo Lagos Júnior, não tinha processos criminais anteriores. Ele pode chegar a ser expulso da corporação.
Punições
O coronel PM Francisco Araújo Silva afirma que, desde abril, quando assumiu o comando da corporação, 17 policiais já foram licenciados, ou seja, expulsos da PM. "Não é que estejamos sendo muito rigorosos, mas não podemos tolerar homens com conduta criminosa em nossos quadros". Segundo o comandante, alguns desses ex-policiais estão detidos, acusados de participação em homicídios. Além desses, outros 43 sofreram prisões administrativas. Atualmente, segundo o coronel, existem 103 sindicâncias, 62 inquéritos policiais militares, 27 processos administrativos.
Investigando o roubo da motoneta de um conhecido, Givanildo desconfia de um grupo formado por duas moças e dois rapazes no bairro de Cidade da Esperança. Armado com um revólver calibre 38 sem registro, ele teria rendido o grupo e levado os jovens para trás de uma barraca.
Com a informação de que uma suspeita tinha uma tatuagem perto das partes íntimas, o policial supostamente manda as meninas tirarem a roupa. Por motivo ainda desconhecido, obriga os rapazes a fazer o mesmo. Após receber denúncia, uma patrulha detém o polícial por porte ilegal de arma e leva ele e o grupo para a Delegacia de Plantão.
A polícia analisa a máquina fotográfica do policial e confirma que há fotos dos jovens nus. O policial está detido no presídio da PM na Zona Norte.
Fonte:diariodenatal
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