13 agosto 2010

Vídeos comprovam atuação de PMs em grupo de extermínio

Márcio Valério recebe arma do policial Marinaldo
Criminosos foram monitorados vários meses pela Polícia Civil, que pôde disponibilizar as imagens a partir da prisão do comerciante Eronildes Cândido.

O avanço das investigações de um dos principais grupos de extermínio do Rio Grande do Norte levou a polícia a divulgar a facilidade com que os integrantes do bando circulavam entre os policiais militares, que também são acusados de execuções e tráfico de armas. Os criminosos foram monitorados vários meses pela Polícia Civil, que pôde disponibilizar as imagens a partir da prisão do comerciante Eronildes Cândido de Oliveira.

Ele é apontado como o mandante de pelo menos três execuções e de ter contratado os serviços do grupo de extermínio. De acordo com as investigações, a quadrilha é composta pelos policiais militares Sandro Richele de Araújo e Marcos Valério de Medeiros Dantas, além de Wesley Breno de Araújo, Márcio Valério (irmão do PM Marcos) e Everaldo Matias.

Nas imagens gravadas durante as investigações, Wesley e principalmente Márcio Valério são vistos andando em viaturas da Polícia Militar e até mesmo recebendo armas dentro do pelotão da PM em São Paulo do Potengi, onde o grupo de extermínio se articulava.

Em um dos vídeos, os policiais chegam a ir até a casa de Márcio Valério, na Zona Norte de Natal, pegá-lo na viatura de NNR-1786, do 4º CIPM, de São Paulo do Potengi. Os criminosos são acusados de trabalhar com crimes de pistolagem.

As investigações da Polícia Civil indicam que o grupo de extermínio recebeu dinheiro do comerciante Eronildes Cândido para matar assaltantes. No vídeo gravado no dia 20 de abril, por volta das 11h30, Márcio Valério de Medeiros Dantas e Wesley Breno de Araújo estão nas dependências da sede do Pelotão da PM de São Paulo do Potengi conversando com policiais militares.

Ao analisar essas imagens com outras informações do inquérito, a polícia confirmou que tal encontro serviu para planejar a tentativa de homicídio de Valdenício Cabral Cardoso, o “Nilsinho”, que escapou do atentado ocorrido às 5h30 do dia 13 de maio, em São Paulo do Potengi.

Outro vídeo que demonstra a ligação de policiais com criminosos flagrou o PM Marinaldo Gomes de Oliveira, preso na ação contra o tráfico de arma, entregando uma espingarda calibre 12 a Márcio Valério. O tráfico de armas, inclusive, era uma das ações que também sustentava o grupo de extermínio.


Segundo apurou a reportagem do portal Nominuto.com, eles usavam armas de vários calibres para cometer as execuções e depois vendiam as armas. Essa prática dificultava o trabalho da polícia, que sem armas não tinha condições de realizar exames de comparação balística nos homicídios.

De posse dos vídeos e dos depoimentos colhidos ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu que a justiça decretasse a prisão preventiva de todos os envolvidos no grupo de extermínio e até mesmo do comerciante Eronildes, que teria encomendado mortes.

Fonte:nominuto.com

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