Desde abril, a polícia militar excluiu 17 acusados de crimes e pelo menos 43 foram presos. Atualmente, 234 casos são investigados.
“A PM tem hoje um efetivo de quase 11 mil pessoas. Se uns 100 cometem transgressão podemos dizer que é um número pequeno" diz o coronel |
O Comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte excluiu um total de 17 policiais em apenas cinco meses e pelo menos 43 foram presos. Para o comandante geral, coronel Araújo Silva, isso mostra que a tolerância aos transgressores está cada vez menor. “Não aceitamos o desvio de conduta. A instituição está punindo e reprimindo de imediato”.
Desde o dia 1º de abril, quando Araújo Silva foi nomeado comandante geral da PM, a assessoria administrativa da corporação instaurou um total de 62 inquéritos, 103 sindicâncias, 27 processos administrativos e 42 conselhos disciplinares, totalizando 234 procedimentos investigatórios contra policiais militares.
“A Polícia Militar tem hoje um efetivo de quase 11 mil pessoas. Se uns 100 cometem transgressão podemos dizer que é um número pequeno. Infelizmente, em todos os setores da sociedade existem pessoas com má formação da índole. O policial entra na instituição sem nem antecedente ou perfil de criminoso, mas, no decorrer do tempo ele é tentado e, por não ter uma boa formação familiar, por exemplo, acabam cedendo”, disse coronel Araújo.
O comandante destacou que a quantidade de exclusões é fruto de uma celeridade nos processos. Ele explicou que reestruturou a assessoria administrativa, triplicando o efetivo do setor responsável pelas investigações. “Além disso, temos hoje uma parceria com o Ministério Público que disponibilizou dois promotores exclusivos para dá apoio nesses procedimentos investigatórios”.
Coronel Araújo Silva lembrou que as últimas prisões de policiais militares em operações são a prova de que a criminalidade por parte de policiais existe e vai continuar sendo exercida. “A partir do momento que um policial vê o colega sendo preso por qualquer crime que seja ele vai ficar temeroso. Hoje, por exemplo, o PM que tiver tido alguma transgressão não pode concorrer a subir de patente. Para se ter uma ideia, uma prisão de 30 dias representa nove anos parado no cargo dele, então, o policial perde toda a carreira”.
A reportagem do portal Nominuto.com também conversou com o corregedor da Polícia Militar, coronel Ângelo Mário. Ele explicou que as denúncias realmente chegam ao órgão e, depois de comprovada a veracidade, são remetidas para o comando da PM.
“A lei não atribui a Corregedoria o poder disciplinar, mas, não quer dizer que aqui vamos cruzar os braços. Quando recebemos uma denúncia, por menor que seja, vamos investigar e saber se ela procede. Com isso, fazemos um filtro e só então abrimos o procedimento junto a Polícia Militar”.
Coronel Ângelo comentou que muitas denúncias são improcedentes, mas, ressaltou que existem os transgressores. “O policial, assim como qualquer outra pessoa, veio e faz parte da sociedade. Geralmente, esses que cometem desvios têm má formação familiar e problema de índole e isso, a polícia não tem como medir em um processo seletivo”, avalia.
Assim como coronel Araújo, o corregedor da PM garante que o número de criminosos dentro da corporação é bem pequeno. “Para o universo de policiais, essa quantidade é mínima. Se tivéssemos mais policiais transgressores podíamos dizer que seria o caos. Infelizmente, isso existe e nunca vai cessar 100%, mas, para combater, a polícia precisa trabalhar em conjunto com a sociedade”.
Fonte:nominuto.com
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