16 novembro 2010

Promotor diz que recebeu ordem para não denunciar coronel da PM do Distrito Federal

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O promotor de Justiça Mauro Faria Lima, que atua no Ministério Público Militar do Distrito Federal, afirmou hoje (4), após depor no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que o então procurador-geral do Distrito Federal (DF), Leonardo Bandarra, tentou interferir em seu trabalho para que ele não denunciasse o coronel Antônio Cerqueira, acusado de desviar dinheiro da Polícia Militar.

"O fato é que, a pedido do governador [o então governador do DF, José Roberto Arruda], o procurador-geral de Justiça me procurou e o interesse era que eu não denunciasse o coronel Cerqueira. E eu prossegui no meu trabalho, apresentei a denúncia e o fato foi levado avante”, disse o promotor, na saída do depoimento. Lima depôs como testemunha do procedimento interno instalado pelo CNMP que investiga o envolvimento de Bandarra e da promotora Débora Guerner no esquema de corrupção do DF que acabou com a cassação de Arruda.

“A partir do momento que você procura um promotor de Justiça, que tem independência funcional, para, de algum modo, saber do trabalho dele, é claro que isso é uma interferência no trabalho dele", afirmou Lima. A denúncia do promotor acabou culminando na saída de Cerqueira e de mais cinco oficiais da cúpula do comando da Polícia Militar do DF. Atualmente, o coronel ocupa um posto na Secretaria de Segurança Pública.

Além de Lima, também foram ouvidos, em uma acareação nesta manhã, o ex-governador José Roberto Arruda, o ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa e o jornalista Edson Sombra.

Edição: Lana Cristina

FONTE: Agência Brasil

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